A edição da Volvo Ocean Race 2017-18 foi vista da minha parte de
uma perspetiva muito diferente...
A minha aventura iniciou-se a
28 de Fevereiro de 2017, quando fiz a reportagem ao Boatyard guiada por Rodrigo
Moreira Rato, um dos principais impulsionadores da instalação do estaleiro de modernização
e manutenção dos veleiros Volvo Ocean 65 em Lisboa. Etapa seguinte foi a
entrega às equipas para início dos treinos para uma nova Volta ao Mundo em 9
meses.
O primeiro a ser entregue foi o
Dongfeng, e estava na água quando fiz esta visita. O Boatyard é uma estrutura
que foi montada em pavilhões da antiga Doca Pesca em Pedrouços. Alicante não
tinha capacidade logística suficiente para ter estas operações. Lisboa tinha e
segundo a Volvo Ocean Race se algo tivesse que ser construído de raiz não seria
muito diferente das instalações já existente em Algés, Lisboa.
Visite aqui o Boatyard no texto e fotos, assim como o
Dongfeng pronto para iniciar os treinos.
Perto da data da largada da
grande prova, fez-se um prólogo de Lisboa a Alicante, sendo a largada da
capital portuguesa a 8 de Outubro (fotos).
Seis dias após o início de
prova, os veleiros chegaram a Lisboa...
Ordem de chegada (fotos dos 5 primeiros a chegar):
1º Vestas 11th Hour Racing
2º MAPFRE
3º Dongfeng Race Team
4º Team AkzoNobel
5º Team Sun Hung Kai/Scallywag
6º Team Brunel
7º Turn the Tide on Plastic
A Village da paragem (Stopover)
teve uma configuração diferente das duas edições anteriores também derivado à
tipologia que a Leg que teve.
No passado, Lisboa estava no
regresso à Europa, com os veleiros vindos de Newport, nos EUA. Era uma
travessia Atlântica muito exigente, com mais de uma semana com condições de mar
muito adversas. Nesses casos a Village estava preparada para receber os
veleiros, colocá-los nos berços e fazer a necessária manutenção. Era também no
início de Verão, com dias maiores e mais quentes.
Desta vez a regata teve a
duração de 6 dias oriunda de Alicante, os dias mais pequenos, probabilidade de
chuva (que mesmo assim nunca conseguiu estragar a festa), não houve a
necessidade de montar berços, e a aposta em animação foi vocacionada para que os
visitantes experimentarem algo de diferente, tanto para adultos como para
crianças. Todos tiveram experiências para si. Comprovámos no dia
da largada, que passado algum tempo dos veleiros terem passado a linha de
partida, os visitantes não largaram o recinto.
A "experiência da minha vida"
estava à espreita... fazer parte da tripulação do Dongfeng numa regata Pro-Am,
em que se dá a hipótese de ser "velejador por uma hora"... velejar
com profissionais, ensinam-nos a trabalhar com o Volvo Ocean 65 como se se tratasse
de uma regata real de uma In-Port Race. Fiz de trimmer e leme. A minha experiência. Mal sabia eu que 9 meses depois
seria esta a equipa vencedora. Foto com o skipper Charles Caudrelier pelo OBR
da VOR (Jeremie Lecaudey):
Outra novidade foram as Pro-Am em catamarã M-32 proporcionando uma
experiência de vela diferente da de um Volvo Ocean 65. Esteve também presente a
Youth Academy onde os praticantes da classe de iniciação Optimist puderam
competir com as cores da Volvo Ocean Race, uma excelente iniciativa para motivar os mais novos (fotos).
Parte da regata Mirpuri Foundation In-Port Race foi debaixo de chuva,
mas grande parte dos espectadores protegeu-se e ficou nas bancadas viradas para
o Rio Tejo, onde se debateu pela vitória desta regata em águas lusas.
Dia 5 de Novembro largaram os sete veleiros rumo à Cidade do Cabo, na
África do Sul. Foi uma Leg com um início muito exigente, os primeiros dias
foram de condições muito adversas, mas os bravos chegaram lá. Houve vários
baptismos do Rei Nemo (passagem da linha do Equador), o que divertiu esses
tripulantes.
Nesta edição tivemos algo de
especial para Portugal, um veleiro com a bandeira Portuguesa em conjunto com a
das Nações Unidas o "Turn the Tide on Plastic", cuja tripulação teve dois velejadores também portugueses,
Bernardo Freitas e Frederico Melo. Noutro veleiro, o Scallywag houve também
presença portuguesa através do navegador António Fontes.
Após 9 meses no mar, viu-se uma
regata muito competitiva, pois em todas as Legs excepto na que liga Auckland ao
Rio de Janeiro, todos os veleiros chegaram praticamente juntos, nunca com mais
que um dia de diferença entre o primeiro e o último.
1) Prólogo Lisboa-Alicante
2) Chegada dos Veleiros a Lisboa
3) Race Village
4) Mirpuri Foundation In-Port Race
5) Pro-Am M32 and Youth Academy
6) Início da Leg Lisboa - Cidade do Cabo
Textos sobre a Volvo Ocean Race em Lisboa, da AMMA Magazine:
1) Visita ao Boatyard e ao Dongfeng
2) Chegada a Lisboa
3) Experiência a bordo de um Volvo Ocean Race (Volvo Ocean 65)
4) Largada Lisboa – Cidade do Cabo
Parry Spotter